sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Apresentações


Tudo começou com um encontro casual entre nós num barzinho em São Leopoldo.
Os olhares se cruzaram. Mais de uma vez.
Eu tinha acabado de me separar de uma segunda tentativa de relacionamento, ele, solteiro convicto há algum tempo.
Ficamos só nos olhares. Achei que ele fosse muito jovem pra mim, não quis deixar rolar.
Depois de alguns dias, um novo encontro. Dessa vez, num ambiente de azaração. Resolvi perguntar de quem se tratava, pra uma amiga em comum. Ela falou bem, deixou boa impressão, resolvi deixar rolar.
Ele se aproximou, conversamos até altas horas, no final da noite me levou até o carro e me deu um beijo no rosto, até breve!
Achei fofo.
Trocamos números de celulares, chegando em casa, a primeira mensagem: "adorei te conhecer, tu és muito querida!"
Retornei: "eu também, mas faltou uma coisa..."
Aí veio: "onde tu tá? podemos resolver isso..."
Percebi tempos depois que ele tava com vergonha de me beijar em público, perdoei.

Mas o novo encontro foi só mais alguns dias depois. E aí foi que rolou a profecia bombástica que iria mudar pra sempre nossas vidas.
Nos beijamos e eu disse: "vou casar contigo e vamos ter dois filhos"

Ele me olhou e sorriu. Sem sustos.

Hoje estamos aqui, nós quatro.

Primeiro capítulo. Segue.

domingo, 1 de março de 2015

Chegou a hora!!

Mudança de planos, emergencialmente.

Esperávamos que chegaríamos até a 37ª semana, mas por causa de uma alteração grande nos meus exames tivemos que antecipar tudo.

Comecei a sentir uma conceira nos pés, e essa coceira foi se alastrando pelo corpo e aumentando a intensidade a té tornar-se insuportável. Resultado: Colestase Hepática.

Como havia risco para os bebês, a doutora decidiu interromper a gravidez na 35ª semana.

Dia 24 de Fevereiro de 2015 nasceram, Isaac e Cássia, G1 e G2, respectivamente.

Foi assim: eu havia tido consulta na sexta-feira anterior, feito exame de toque, estava tudo bem, um pouco de coceira, mas tolerável.

No final de semana, muito inchada pelo calor, a coceira foi aumentando. No domingo eu ja não suportava, tomava banhos gelados e tentava de tudo, mas nada adiantava. Comecei a ficar com partes do corpo em carne viva, de tanto coçar com uma escova de cabelo de cerdas bem duras.

Liguei pra doutora, ela me pediu que fosse no plantão pela manhã de segunda, mas como eu tinha marcado horário na endocrinologista pela manhã, fui somente à tarde.

Deixei tudo arrumado em casa, louça lavada, quartos arrumados, malas arrumadas, minha e dos bebês. Tratei a cachorra, deixei bastante água e comida.

Cheguei no Hospital Regina para avaliação e exames às 15h. Deixei meu carro estacionado na rua, umas 3 quadras do hospital e fui caminhando com aquele baita barrigão, pés inchados, coceira generalizada.

Chegando lá, já coletaram os exames e fiquei na sala de espera do Centro Obstétrico esperando. Mediram a pressão, tava bem.

Às 19h Dra Simone me avisa que de lá só saio com os bebês e que devo ficar desde já.
Foi ela falar, minha pressão subiu, e aí fiz pré eclâmpsia.

Internação já, medicação para colestase já.

Avisei meus pais, que vinham de longe. Avisei o marido no outro lado do mundo.
Tensão.

Às 6h00 da manhã a doutora me avisa que será ao meio dia e meia o procedimento.

Meus pais chegaram, minha mãe assistiu o parto. Os dois nasceram com 1 minuto de diferença.

Tão pequeninos, ficaram na UTI Neonatal por 4 dias. Pareciam dois ratinhos, as roupas todas enormes, eu não tinha roupas tão pequenas. Mas eram tão lindos, tão amados, tão desejados.

Quando os vi pela primeira vez, parecia que estava num sonho, num filme, não havia entendido muito bem a situação.
Graças à Deus, apesar de prematuros, vieram com saúde, muita saúde. O problema era pegar mais peso. Isaac nasceu com 2.180 kg e Cássia com 1.970 kg




terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Resumo do Terceiro Semestre

Assim que chegamos no terceiro trimestre, alguns percalços aconteceram, fazendo com que a necessidade de cuidados especiais viesse de repente.

Primeiro, o papai Leandro partiu rumo aos Emirados Árabes, país onde a família deverá se fixar, tão logo os babies estejam fortes e aptos a viajar.
Eu fiquei muito abalada, foi muito difícil pensar que, depois de tudo que passamos e sonhamos juntos, ele não teria a oportunidade de participar dos momentos finais da gestação, acompanhar o nascimento dos nossos filhos, cuidar de mim e me ajudar nesse final de ciclo. Mas já era esperado que isso acontecesse, sabíamos que iria ser assim e nos mantivemos fortes. Pelo menos pudemos passar o Natal juntos, em família.

A melhor decisão naquele momento foi ir para a casa de meus pais, na Praia do Rosa, para que eu pudesse descansar e não ficar em casa sozinha, só com as lembranças do marido. Não me queixo, de forma alguma, tudo estava sendo controlado e monitorado por Deus, que abriu essa porta para nossa família.

Diabetes gestacional

Depois, um exame de sangue apontou que a mamãe do Isaac e da Cássia estava desenvolvendo diabetes gestacional.  Foi um susto! Tivemos que retirar da dieta todo o açúcar, toda a farinha branca, os suquinhos de frutas que eu tanto gosto e estava tomando sem medidas, e introduzir arroz integral na alimentação. Como essa constatação veio no período das festas de Natal e Ano Novo, foi difícil conseguir um endocrinologista para analisar os exames.

Assim que refizemos os exames, já na metade de janeiro, constatamos que só a nova dieta fez com que as coisas voltassem ao normal.

Inchaço

Na 28ª semana, recebi injeções de corticóides, que servem para amadurecer os pulmõezinhos dos bebês, para que em caso de parto prematuro, eles consigam respirar serenos.

Só que isso fez com que meus pés quase explodissem de tão inchados, pois como sabemos, a cortizona provoca retenção de líquidos. Ainda bem que tive algumas amigas solidárias que vieram aqui em casa massageá-los pra tentar aliviar meu sofrimento.
Tive que aumentar também as minhas drenagens linfáticas para três vezes por semana, para ajudar nesse período.

Dificuldades

Cada dia mais pesada, mais difícil de caminhar, subir escadas, dirigir, mas muito feliz. Os bebês estão mexendo muito, muito mesmo! Tem noites em que eles demoram a relaxar e deixar a mamãe dormir. Tudo depende do jeito que eu me deito. Se for do lado direito, menos reclamações. Dona Cássia fica por cima e o mano Isaac aguenta o tranco. Mas, se deito do lado esquerdo, que é o correto de dormir por causa da circulação, a menininha chuta muito, acho que fica muito incomodada, demora para se acostumar.

Fico pensando em como deve ser apertadinho lá dentro para os dois. Meus amores, encolhidinhos, sem espaço. Mas, como me disseram, a natureza cuida.

Tive que “segurar a onda” na hidroginástica, pois não to conseguindo me locomover muito bem. Por isso tenho evitado as saídas de casa. Sozinha, agora tenho que descer com minha cachorrinha para passear e isso já é difícil, pois o cansaço é enorme para subir as escadas na volta.

Falando nela, a Pitytinha tem sido a minha companheira e fiel guardiã desde que o Leandro embarcou. Está sempre colada em mim, sempre me dando carinho.
Procuro, desde já, envolver ela em tudo que diz respeito aos bebês, dando as roupinhas pra ela cheirar, deixando-a entrar no quarto, conhecendo o ambiente que, em breve, meus filhos vão habitar.

Agora estou já na 34ª semana, os bebês pesando pouco menos de dois quilos, temos uma expectativa de que daqui a duas semanas poderemos realizar a cesárea e trazê-os ao mundo.

A decisão pelo parto cesariano foi em função do útero anteverso, que não compreendo muito bem, mas pelo que entendi ele é virado para trás, o que dificultaria muito um parto normal.

Estou com quase tudo pronto, mala da maternidade, o quartinho que ficou fofo, tudo se encaminhando para a chegada dos nossos desejados.

Ganhamos tantos presentes, roupinhas lindas, acessórios úteis, produtos de higiene e fraldas, muitas fraldas. Um estoque imenso, pois sabemos que é tudo em dose dupla, inclusive os xixis e os cocos.

A partir dessa semana, as visitas à Dra. Simone são semanais, e também já tive o primeiro contato com a pediatra que vai acompanhar essa turminha, a Dra. Juliana Lehnen, que me deixou muito tranquila, tirando as dúvidas que eu tinha em relação à amamentação, ao parto em si, aos banhos, aos primeiros cuidados ainda na maternidade.

Agora começa o período de maior ansiedade para mim, já estou sentindo isso tudo aqui dentro do peito, com certo aperto de vez em quando e os nervos à flor da pele, que acarretam em lágrimas desgovernadas e muitas vezes incompreensíveis até por mim mesma. As saudades do Leandro ficam cada dia mais fortes, embora nos falemos todos os dias pelas redes sociais, sinto muita falta do colo e da ajuda que ele me dava.
Caminhar e dirigir estão se tornando tarefas bem mais complexas agora. Hoje, eu caminho cinco minutos e o cansaço toma conta de um jeito inexplicável, me sinto como se tivesse acabado de correr uma maratona.

Estava difícil de escrever nos últimos tempos, pois não havia uma posição confortável para ficar, com o enorme barrigão, que só agora deu uma subida, me permitindo usar o computador.

Agora é só continuar me cuidando, e esperando as próximas duas semanas para ter nossos bebês em meus braços, saudáveis, cheios de vida, enchendo nossa família de alegria.

Papai vai acompanhar a movimentação pela internet e tão logo possa, ele virá nos ver e conhecer os bebês mais desejados do mundo.


Conto com a torcida de vocês, caros leitores, e o controle do Pai Maior, que é o responsável por todo esse milagre em nossas vidas.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Reta Final



Os últimos dois meses de nossas vidas foram de grandes transformações e muitas expectativas para esta mamãe de primeira viagem. Estou de licença médica desde o dia 10 de dezembro, o que foi imprescindível e providencial para a tranquilidade da gestação, já que estava muito complicada a ida até o trabalho todos os dias, dirigindo e passando calor. Graças à Deus a empresa onde trabalho foi muito compreensiva e percebeu minhas limitações a partir do quinto mês de gravidez.


Nem tudo são maravilhas numa gestação gemelar. A gente fica muito incomodada ao sentar, ao dormir, ao caminhar, levanta muitas vezes pra ir ao banheiro, não consegue sentar direito em uma cadeira nos restaurantes, fica difícil de dirigir, e tudo ocorre muito antes do que nas gestações normais. Ninguém fala pra gente o quanto dói o inchaço nos pés e pernas, o quanto é difícil dormir com o barrigão de lado, o quanto temos que nos resignar para que tudo corra como o esperado. Talvez porque todas as mães que passaram por isso, esqueçam rapidamente essa parte mais complicada, no instante em que têm o filho nos braços.